NOS Alive... e a lei da atração funciona?

Há já algum tempo que queria explorar o tópico da law of attraction.

Não para a divulgar ou difamar esta tendência mas sim para reunir relatos e esclarecimentos vossos sobre algo que é, para mim, controverso.

O que sei sobre a lei da atração… e o que não quero saber

Ainda que já tivesse ouvido rumores há uns anos atrás, tropecei neste conceito recentemente através de algumas YouTubers que acompanho - como a Aileen ou a Annie Tarasova - e por isso, o meu conhecimento sobre o assunto é bastante básico e está carregado de cepticismo (como estão, também, todos os outros assuntos abordados por influencers em plataformas de social media). 

Resumidamente, o que eu entendo - e correct me if I’m wrong - é que se eu quiser muito uma coisa, vocalizar o meu desejo e agir como se já o tivesse conquistado, o que eu tanto quero vai tornar-se realidade. 

Até aqui, tudo bem. É claro para mim que se me focar de modo doentio num objectivo vou acabar por, consciente e inconscientemente, tomar atitudes concordantes com o desejo que quero ver concretizado e assim, contribuir para o aumento das probabilidades da sua realização. 

O caso muda de figura quando a lei da atração vai mais longe e mete o Universo e a física quântica ao barulho, deixando o Schrödinger às voltas no túmulo e o meu cepticismo ao rubro. 

A minha experiência

Como partilhei no último post, há meses que esperava pelo concerto do dia 11 de julho. Sabendo que, para mim, ir a um concerto envolve perder por completo a produtividade desse dia - acabo a dedicar todas as horas à preparação da setlist e à antecipação do grande momento - decidi por o trabalho de lado e dedicar-me a outras causas. 

E a que nobre causa é que eu decidi dedicar o dia 11 de julho? Encontrar um bilhete para o primeiro dia do NOS Alive, no dia 12. 

A premissa era: se havia algo que eu queria mais do que ir a este concerto, era ir a uma infinidade de concertos nos dias seguintes. E o facto de o festival estar esgotado há meses não me ia impedir de lutar por este direito. Então pus mãos à obra e fiz questão de partilhar a minha demanda com os meus pais, amigos e namorado.

Depois do concerto, a situação tomou proporções descomunais. Alimentada pelo êxtase, imaginei o quão maravilhoso seria passar o resto da minha vida a saltar de festival em festival, planear férias com base nas datas das tours das minhas bandas preferidas e adormecer todos os dias com os ouvidos a latejar. Escrevi sobre isso, falei sobre isso e sonhei com isso.

E no dia seguinte, uma alminha vendeu-me os seus dois bilhetes para o NOS Alive. Mal conseguia controlar a emoção! 

Claro que, em euforia e com algum histerismo à mistura, não parei de falar sobre isso e sobre o quanto queria voltar no dia seguinte. Até que puf, do nada, surgem dois bilhetes para dia 13... que agarrei com unhas e dentes. 

Isto era tudo o que tinha pedido e imaginado e por isso, aproveitei os três dias de música ao máximo sem perder sequer tempo a debruçar-me sobre esta questão. Mas já com os ânimos sossegados, não pude deixar de analisar o que tinha acabado de acontecer.

Teria acabado de experienciar, em primeira mão, o poder da lei da atração?

O veredicto. Será que a lei da atração funciona?

Primeiro que tudo, acho que seria injusto atribuir inteiramente esta conquista ao Universo. Porque na verdade, fui eu quem perdeu horas à procura de bilhetes e lotou o messenger de conversas que nunca mais serão abertas. Fui eu quem encheu os ouvidos de quem me rodeia com descrições exaustivas sobre a maravilhosa experiência que é ir a concertos e sobre o quanto o que eu mais queria para o meu futuro era passá-lo nisto - os meus pais, que investiram no meu curso científico de 5 anos, ficaram mesmo entusiasmados com este meu chamamento… Não tivesse eu estado lá no dia 12 e mais, não fosse eu falar tanto sobre isto e o meu amigo nunca saberia que eu queria voltar no dia 13 e não se teria oferecido para me vender os bilhetes. 

E vamos ser sinceros, se eu não tivesse a possibilidade física, monetária ou a disponibilidade para me meter nesta aventura, por muita manifestação que eu fizesse, não havia cordelinhos que o Universo pudesse mexer para concretizar o meu desejo. 

E é nesse aspecto que torço o nariz à lei da atração. No fundo, isto é tudo conversa de privilegiado que o que mais deseja na vida é viver maravilhosas experiências porque tudo o resto - dinheiro, saúde e segurança - já tem desde que nasceu.

Ainda assim, não posso deixar de reconhecer a perfeita conjugação de factores que ocorreu ao longo destes três dias ou de me me interrogar sobre as probabilidades de todos estes acontecimentos. Assumir que tudo isto aconteceu única e exclusivamente porque eu me esforcei muito parece desonesto e egocêntrico. 

Partilhar toda esta história tem um objectivo - abrir uma discussão. Apesar de interessada - e céptica - sou muito pouco entendida nestes assuntos de atração e sincronia mas como em tudo, não fecho a porta a nenhum tema só porque não estou familiarizada com ele.

Conhecem a lei da atração e as suas implicações? Já passaram por alguma experiência reveladora, neste campo? 

Partilhem comigos os vossos relatos e fontes de informação de confiança pois adorava revisitar este tópico, com um pouco mais de conhecimento de causa.