#DomingoGordo Fim-de-semana em Lisboa? Bacalhôa Buddha Eden e Lourinhã

Sem planos para o fim-de-semana? Eu tenho o plano ideal. Testado e aprovado. Por mim. No último domingo.

Com a promessa de bom tempo e após uma semana de trabalho intensa e regada com um jantar de sábado fora de horas, tornou-se essencial conjurar um plano de descompressão para domingo. E porque descompressão é sinónimo de natureza, a escolha, à última da hora, acabou por cair a norte do Rio Tejo. Eram 10 da manhã quando olhei pela primeira vez para o relógio e já estávamos a caminho do Bombarral.

A ideia era começar o dia no Bacalhôa Buddha Eden, um jardim oriental que já tinha visitado há muitos anos, antes de a entrada ser cobrada - custa agora, 5€ e vale cada cêntimo - e da sua área ter aumentado drasticamente. Neste momento, é uma herdade de 35 hectares onde reinam as culturas Chinesa e Africana.

É impossível entrar neste jardim oriental e não nos sentirmos imediatamente transportados para outra realidade, por entre esculturas e paisagens desenhadas ao pormenor. Chega a ser avassalador lidar com o despertar de todos os nossos sentidos em simultâneo. Se por um lado, o estímulo visual é tão intenso que se torna quase impossível de processar, os sons de pássaros e rãs contribuem para a criação desta atmosfera surreal. E foi, sem dúvida, esse pormenor que mais me cativou - o convívio harmonioso entre o cenário man made e as espécies nativas que fazem deste jardim o seu habitat e celebram a sua beleza em coro.

Mal comecei a caminhar pelos jardins, soube que o itinerário pensado para o dia era simplesmente estúpido. Uma manhã, por muito longa que fosse, não chegaria para apreciar, tão bem quanto gostaria, a beleza do espaço. Numa espécie de paradoxo, senti a ansiedade crescer ao concluir que não iria ter tempo suficiente para viver a tranquilidade que o jardim transmite.

Já com a barriga a dar horas, explorámos as várias colecções agora existentes no Buddha Eden e com a certeza de que deveríamos voltar em breve e com mais tempo, para conhecer as novas estátuas que estavam já a ser instaladas. Vimos budas, pagodes, leões-guardiões chineses e até os meus adorados soldados de Terracota - à semelhança dos originais, que sonho um dia vir a ver em pessoa. Ligeiramente menos estáticos, vimos patos, carpas koi, rãs e pássaros de espécies que desconheço. Sem dúvida, um jardim para explorar durante um dia inteiro.

Se soubesse o que sei hoje, teria levado a marmita atrás e dado bom uso ao extenso relvado - um picnic seria uma opção de almoço saudável, barata e de certeza, com uma óptima vista.

Antes da partida e para recuerdos, recomendo que dispensem as bugigangas e vão directamente à secção dos vinhos. A sangria que comercializam na Herdade da Bacalhôa é de beber e chorar por mais.

Com o vinho comprado, fomos a correr para o restaurante que escolhemos para complementar esta experiência. Comida tradicional portuguesa era o que nos apetecia para compor o estômago e o restaurante Zélia pareceu-nos capaz de satisfazer os desejos. E não nos enganámos. Um restaurante simples, bem decorado e no qual fomos recebidos com um grande sorriso. As recomendações de quem nos serviu não enganaram nem no sabor, nem na quantidade. Comemos bochechas de porco preto - uma iguaria totalmente nova para mim - e lombinhos. Ambos os pratos com elementos de excelente qualidade, desde a carne aos legumes. Sinceramente, não sei de qual dos pratos gostei mais e para minha infelicidade, não houve espaço para sobremesa.

Satisfeitos com o almoço, o próximo passo do plano incluía caminhar para abater as calorias e contrariar a preguiça. Felizmente, podemos encontrar, a uma pequena distância do Bombarral o local ideal - a Praia da Areia Branca, na Lourinhã.

Com um extenso areal, a Praia da Areia Branca é o local perfeito para passear em dias soalheiros de inverno. De um lado, a praia e do outro, as esplanadas convidativas onde se prova vinhos ou gelados apetitosos.

Como já tinha sido obrigada a dispensar a sobremesa ao almoço, senti necessidade de redenção e acabei com um gelado de duas bolas na mão - uma de oreo, claro, a outra, de maracujá. A gelataria Aquarius estava cheia e com razão. A esplanada é convidativa e os gelados não ficam atrás.

Por esta altura, o dia já ia longo e as pernas acusavam cansaço suficiente para desmotivar novas aventuras. Ficou, no entanto, a promessa de um regresso para aproveitar com mais tempo e meteorologias ainda mais amenas, as ofertas deste paraíso às portas de Lisboa.

O que ver o Bacalhôa Buddha Eden, onde podem perder umas boas horas a passear quer rodeados de obras do homem, quer de obras naturais.

Onde comer no Restaurante Zélia comem-se pratos tradicionais e ainda assim, únicos e com uma óptima relação qualidade/preço.

O que fazer um simples passeio à beira-mar, na Praia da Areia Branca para ajudar a digerir o almoço enquanto apreciam os raios de sol.

E vocês? Costumam visitar esta zona? Qual o vosso plano ideal para um domingo, na zona de Lisboa?

Estou com imensa vontade de começar uma rubrica onde partilho os meus passeios de domingo e claro, todas as dicas que conseguir reunir - desde restaurantes, a actividades e locais a não perder. Gostavam de ver esse tipo de conteúdo no blog? Se tiverem alguma sugestão de nome para esta rubrica, deixem nos comentários!