Acabei o primeiro livro de 2019... a meio de Março

O Braço Esquerdo de Deus tinha tudo. Mas quanto maior é a subida...

Maior é a queda.

Receber um livro como prenda de Natal da minha mãe é já quase uma tradição. Em 2017, a minha mãe escolheu a minha prenda sozinha e acabou por me oferecer o melhor livro que alguma vez li - do qual falarei quando me sentir mentalmente preparada. Por isso, no último natal exigi que ela repetisse a proeza e as expectativas eram, infelizmente, muito altas.

O Braço Esquerdo de Deus é a razão pela qual não falei ainda de livros, no blog ou no instagram, este ano. A verdade é que tem sido este o meu livro de mesa-de-cabeceira desde Janeiro, sendo que consegui fazer as últimas 5 páginas render uma semana. Não por falta de tempo. Não por falta de vontade. Puro tédio.

Para uma pessoa que, como eu, tende a engonhar os livros durante eternidades mas acaba a enfardar os últimos 5 capítulos numa única sessão, ter demorado uma semana a terminar de ler O Braço Esquerdo de Deus é... grave. 

Ódio à parte, esta obra distópica do autor inglês, Paul Hoffman é a primeira de uma trilogia que segue Cale desde a sua fuga do Santuário onde foi criado, entre regras restritas e violência extrema. Cale sabe mais do que devia e por isso, é perseguido. Mas não só por isso. Cale guarda um segredo que ele próprio desconhece - e que a nós, é revelado nas últimas páginas - e que justifica a sua perseguição. Misterioso, como lhe chamam ou aluado, como a mim me pareceu, este anti-herói foi o personagem com quem senti mais dificuldade em estabelecer empatia. Tendo em conta que fui incapaz de estabelecer empatia com qualquer um dos poucos personagens existentes, esta é uma afirmação forte. 

Ainda que os personagens não me tenham cativado, achei o mundo de Paul Hoffman interessante e bem construído. A naturalidade com que é possível estabelecer um paralelismo entre este universo distópico e o nosso motiva algumas reflexões sobre, por exemplo, a noção de bem e mal ou sobre a natureza humana e os seus defeitos. 

O que tenho vestido: as calças são da H&M e a camisa, da Mango.

Para mim, a ideia por detrás desta trilogia é excelente e isso torna este livro...pior. Enquanto o lia, imaginava o quão melhor o conceito em que O Braço Esquerdo de Deus se baseia poderia ser aproveitado. Slow paced, sem personagens marcantes ou suspense, o primeiro livro da trilogia acaba por morrer na praia. Ainda assim, o potencial desta história é tanto que pondero ler o segundo número para me redimir. Ou me relembrar do quão fácil é arruinar uma boa ideia.

Avaliação 3,0/5

Recomendo se gostas de ver as tuas elevadas expectativas irem por água abaixo.

Conhecem esta trilogia? Também acabaram com as expectativas nas lonas ou O Braço Esquerdo de Deus foi uma surpresa agradável? Já agora, adorava saber qual vai ser o próximo livro em que vão pegar!