Deslizes e 3 Dicas para Recuperar o Foco

Porque é mais fácil descarrilar do que regressar aos carris...Pode parecer uma tarefa impossível recuperar o foco depois daquele deslize irrefletido e ruinoso que pareceu despoletar uma avalanche de más decisões.

O meu descarrilamento
Este ano, por entre festas, convívios e ocasiões especiais, acabei a cometer alguns deslizes. Sushi na segunda, seguido de um hambúrguer na terça. E já que aqui estamos, porque não uma francesinha na quarta e porque vem mesmo a calhar, McDonald's na quinta. Como a semana já está estragada, aproveitamos sexta, sábado e domingo para devorar, de forma intermitente, 2 pacotes de batatas fritas, alternando com caracóis e outros petiscos. Ah, e cerveja. 
Aquilo que começa como um deslize acaba a virar rotina e ao fim de uns meses, deparamo-nos com as consequências destes acidentes.
E porque um azar nunca vem só, arranjei forma de expandir o descarrilamento a outras vertentes da minha vida. Do desporto, ao mindfulness, foi um descarrilamento em massa.

Se já passaram por isto sabem o quão difícil é lidar com esta realidade. Primeiro, é desolador aceitar que uma pessoa tão determinada e dedicada como nós se deixou corromper tão facilmente. 
A segunda facada chega quando nos deparamos com a nossa incapacidade física e mental de reverter a situação. Afinal, onde está a pessoa firme e hirta que éramos há escassos meses atrás?

A verdade é que essa pessoa existe enterrada por baixo da pilha de erros cometidos e está a gritar por ajuda. Esse grito, é a consciência que nos pesa a cada dia que passa.
Seria muito mais fácil ignorar o problema e continuar com a vida boémia - e diga-se de passagem, mais divertida - que agora experimentámos mas a pessoa firme e hirta que julgamos perdida não nos permite fazê-lo. E esse é um bom sinal.

Todos cometemos erros e deslizes e é mais fácil perder o controlo do que recuperá-lo. São precisos meses, por vezes anos, para criar certos hábitos e no entanto, bastam meros segundos para que esses mesmos hábitos sejam destruídos. Por isso, não é a nossa fraqueza perante as tentações que nos define como pessoas. É a nossa consciência dos erros e a vontade de investir na recuperação que atestam a nossa força interior.
E vocês já devem estar a pensar "essa conversa é muito bonita e tal, mas como é que se recupera o raio do foco?". Sem mais demoras, aqui ficam as minhas 3 dicas:

1. Relembra as consequências
Sem querer ser defensora de atitudes obsessivo-compulsivas, ter bem presente as consequências de pegar na 12ª fatia de pizza - excesso calórico, colesterol ou até uma simples dor de barriga - é uma boa forma de evitar esse comportamento de risco. Relembrar o impacte negativo que os desvios têm no teu objectivo pode rapidamente fazer-te repensar algumas decisões menos responsáveis e servir de ajuda em momentos cruciais, onde opções tentadoras cruzam o teu caminho sem aviso.

2. Já foste capaz
Porque um descarrilamento leva a vários e um evento único facilmente se torna rotina, é fácil perder a esperança na recuperação. Às vezes, acabamos tão enterrados na lama (leia-se, os nossos erros) que parece impossível sair de lá vivos. A pessoa que ia ao ginásio diariamente há 3 meses atrás parece um total desconhecido ao nosso "novo eu" agora sentado no sofá, com um pacote de batatas fritas na mão, a assitir ao 14º episódio consecutivo de Anatomia de Grey. Mas a verdade é que essa pessoa é real, existiu e tinha objectivos que agora invejamos. Se fomos capazes de ser essa pessoa neste tempo de vida, não há nada que nos impeça de a tazermos de volta à vida.

3. Visualiza
Não há melhor motivação do que imaginar o quão melhor te irás sentir quando conseguires finalmente regressar à pista. Pensar no quão mais produtivos serão os teus ideias, no quão melhor te sentirás com o teu corpo e mente e no fim do sentimento de culpa dá vontade marcar o início da reviravolta e da recuperação para ontem!
Se visualizar a mudança é um problema, o ideal é começar por relembrar a pessoa que já foi capaz e que esteve mais perto do objectivo do que estás agora.

Acima de tudo, equilíbrio
Como em tudo na vida, o foco é uma questão de equilíbrio. Não é necessário seguir rotinas à risca, elaborar planos de exercício físico ou de estudo rigorosos ou viver infeliz, agarrado a um calendário - a não ser que seja essa para ti, a definição de felicidade. Para quem gosta da vida boémia, recuperar o foco pode parecer o regresso ao inferno das restrições o que só irá dificultar o processo.

É necessário perceber o que serás capaz de sacrificar sem acabar miserável e definir planos de acções apenas nesses campos. Caso contrário, manter as mudanças tornar-se-á uma tarefa impossível e mais propícia a falhanços desmotivadores.

E tu? Como reages nestas situações e qual o teu truque para facilitar o regresso à linha de base? 





 

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