Espotaneidade para Planning Freaks

Mas o que é que realmente importa? Manter um streak de 27 idas consecutivas ao ginásio? Repetir o mesmo plano diário para maximizar a produtividade? Dormir religiosamente 8h, mesmo que isso implique estar na cama às 22h?

Se houve uma característica pessoal que a idade me trouxe foi a necessidade de controlo. Até ao fim da adolescência ou até mesmo, até à entrada na idade adulta, aderi frequentemente ao método de organização conhecido por "ir com a maré".
Em pânico com a possibilidade de estabelecer objectivos e acabar a considerar-me um falhanço por não os atingir, costumava preferir deixar o meu futuro a cargo dos Deuses do Olimpo. Se corresse mal, não tinha razões para me culpar - ainda que acabasse por fazer, de uma maneira ou de outra - e correndo bem, podia simplesmente ficar feliz com o resultado.
No que toca a assuntos mundanos, essa atitude pouco racional ou focada com que enfrentava a vida funcionava relativamente bem. Ao longo dos anos, acabei por ir parar a sítios onde gostei de estar, rodeada de pessoas que me faziam sentir bem e com mais ou menos atrito, por atingir os objectivos que não tinha verdadeiramente imposto a mim própria. E gostava disso. Gostava da ideia de receber o que queria nos braços, acabado de cair do céu sem que eu tivesse de mexer uma palha.
Mas em casos mais sérios, rapidamente percebi que confiar na sorte não me levaria mais longe do que o medíocre e por muito medo que tivesse de falhar, era maior o medo que tinha de ser simplesmente irrelevante. Então mudei. Libertei a controladora que sempre existiu em mim e se escondia atrás de uma máscara de indiferença motivada pela cagufa.
Ter os meus horários, tarefas e planos diários definidos ao pormenor permitiu-me ser uma pessoa mais produtiva e equilibrada - focada no que realmente importa e desligada do acessório. Mas o que é que realmente importa? Manter um streak de 27 idas consecutivas ao ginásio? Repetir o mesmo plano diário para maximizar a produtividade? Dormir religiosamente 8h, mesmo que isso implique estar na cama às 22h?
Não é fácil decidir quando do lado oposto do equilíbrio saudável está o prazer da espontaneidade e a felicidade extraordinária que ela traz. 
De que lado estão vocês?

 

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